Pular para o conteúdo principal

DIA NACIONAL DA MANDIOCA HARMONIZADO COM O CAMBUCI E SLOW FOOD


DIA NACIONAL DA MANDIOCA HARMONIZADO COM  O CAMBUCI E SLOW FOOD


O Convívio Slow Food Grande ABC SP e a escola Sabor e Saber Gastronomia tem um trabalho de educação alimentar a muitos anos com seus alunos e publico frequentador de eventos, feiras e congressos acadêmicos com estudos e praticas com a mandioca e o fruto nativo no Brasil o Cambuci.


Prefeito Paulo Serra do município de Santo André


O FESTIVAL DO CAMBUCI EM PARANAPIACABA

O Festival do Cambuci de Santo André é um evento realizado pela Prefeitura de Santo André junto à Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Secretaria de Gestão dos Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, Empreendedores / Moradores de Paranapiacaba e diversos restaurantes no centro da cidade.

Este evento tem um papel importante no desenvolvimento do turismo da Vila de Paranapiacaba, reforçando a identidade cultural deste importante fruto nativo da Mata Atlântica e incentivando o desenvolvimento sustentável do local.

O fruto cambuci, pertence à família das myrtáceas (a mesma família da goiaba, araçá, jabuticaba, entre outras espécies frutíferas importantes), e é encontrada em toda região do entorno de Paranapiacaba.

Vejo neste fruto um grande leque de possibilidades ainda a serem exploradas, a Prefeitura de Santo André e de outros municípios com a presença da Rota do Cambuci, vêm promovendo este evento que esta em sua 15ª edição em Paranapiacaba e 10º. Edição da Rota do Cambuci, com diversas atrações.

Cambuci é um fruto
O cambuci é rico em vitamina C e em agentes antioxidantes, que retardam o envelhecimento, além de fortalecer o sistema imunológico. Sua polpa pode ser usada tanto para curtir a cachaça como para produzir doces, sucos, bolos, trufas, geleias e chás. Salgados também podem ser feitos com seu molho.

O Movimento do SLOW FOOD NO BRASIL é uma filosofia que respeita o alimento único, bom de sabor, limpo sem agrotóxicos e justo em apoio para pagamento a quem planta  incentivando o cultivo, a preservação, orienta e motiva os produtores a produzirem em escala comercial e de forma organizada, os frutos nativos de cada país.

Tem um trabalho de educação do gosto, assim como a Arca do Gosto que é um catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos, com potenciais produtivos e comerciais reais. 

Nós do Convívio Slow Food Grande ABC SP fazemos um trabalho onde divulgamos, apoiamos e incentivamos o plantio dos frutos nativos da Mata Atlântica em especial o cambuci e a mandioca com grupos de estudos e pesquisas.
Aproveitamos o festival de Paranapiacaba para criar receitas harmonizando o fruto cambuci com a mandioca.
Divulgamos o Dia Nacional da Mandioca instituído desde 2007 pela Embrapa e o dia coincide com o Descobrimento do Brasil propositalmente devido a sua relevância para o país, desde a sua colonização.

A mandioca um alimento genuinamente brasileiro. Hoje, sua importância alimentar é base de sustentação para mais de 600 milhões de pessoas no mundo. A mandioca, também conhecida por aipim, macaxeira e vários outros nomes, é uma planta da família das Euphorbiáceas (como bem apresenta o cantor Djavan em uma canção) originária do Brasil, de onde se espalhou, primeiramente para Guatemala e Império Maia, e depois pelas mãos dos conquistadores espanhóis para a Europa (pois se espantaram com a fartura da farinha de mandioca, muito mais abundante e fácil de ser obtida que a farinha de trigo europeia), tornando-se típica na região tropical firmando produção, portanto, nos continentes africano e asiático.

Atualmente ela é cultivada em cerca de 80 países do planeta. O Brasil produz em torno de 27 milhões de toneladas de raiz provenientes, em grande parte, de mais de 14 milhões de agricultores familiares, em mais de 1,7 milhão de hectares plantados, com uma produtividade média de quase 15 toneladas/ha. A condição de maior produtor mundial, que o Brasil deteve por muitos anos, foi ultrapassada pela Nigéria na África e mais recentemente pela Tailândia, caindo para o posto de terceiro lugar. Essa condição indica a necessidade de rever e aprimorar as políticas públicas para o setor, buscando aprimorar o uso do produto em função da sua versatilidade de usos na alimentação humana e animal, repensando formas apropriadas para torná-la um diferencial na fixação do homem no campo, auxiliando sobremodo no equilíbrio social.



O escritor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, autor do livro ‘A História da Alimentação do Brasil’, que destinou um capítulo especial à mandioca, denominando-a de ‘Rainha do Brasil’ onde destaca seu valor histórico, cultural, alimentar; sua obra totaliza 164 livros e o torna a maior expressão literária do Rio Grande do Norte. O antropólogo alemão Hans Staden, que viveu no Brasil à época do estabelecimento das capitanias hereditárias, tem diversos registros de fatos que colocam a Raiz do Brasil como o fundamental, “o basalto, o recurso, a provisão”, como relata Cascudo. 



A importância da mandioca foi preponderante no período colonial e se estendeu ao longo dos séculos como base alimentar. Hoje é cultivada em todo o território nacional, com significativa importância para a economia do Nordeste e Norte do país em função de suas características de resistência a seca além de produzir em solos de baixa fertilidade. A ciência esclarece as diferenças de mandioca: as mansas, chamadas de mandioca nas regiões Sul e Sudeste e Centro Oeste e de aipins ou macaxeiras ou de mesa no Nordeste
possuem teor de HCN (ácido cianídrico) baixo para o consumo fresco, e as bravas utilizadas para a indústria, com teor de HCN mais elevado e que se torna reduzido pelo processamento industrial. Caldos, sucos, pães, bolos de puba, de aipim, escondidinho, bolachas, biscoitos, paçocas, cuscuz, tortas, rocamboles, mingaus, sopas, cremes, pudins, sorvetes, farinhas, pirões, purês, farofas, pizza, maniçoba, tacacá, tucupi, xibé, caxirí, ximango, xiringa, avoador, pêta, ginete, brevidade, casadinho, cozido e assado, sagu, farinha de tapioca, tapioca pipoca, tapioca recheada, pão de queijo, beijus tradicionais e coloridos preparados com frutas e hortaliças; pratos quentes e frios, doces e salgados são exemplos da vasta culinária regional espalhada Brasil afora, como iguarias que evidenciam a presença da Raiz do Brasil. Essas possibilidades tão variadas, todas marcadas pelo componente energético proporcionado pelo amido, podem fazer parte do cardápio diário da merenda escolar no Brasil em substituição a vários produtos industrializados muitos deles inconvenientes a saúde das crianças e que são determinantes nos hábitos alimentares durante a juventude e na vida adulta.

Ao concentrarmos a atenção na riqueza de alternativas proporcionadas pela raiz não devemos desprezar o potencial alimentar proporcionado pela parte aérea da planta; enquanto a raiz é rica em carboidratos representados pelo amido, as ramas e folhas são fonte de proteínas, vitaminas e minerais com elevado teor de proteínas – 28 a 32% nas folhas – Fe, Ca, Vits B1, B2, B6, Vit C e principalmente vitamina A; toda sua riqueza pode estar na mesa ao ser transformada em mais carne, leite e ovos como suprimento alimentar dos animais sob a forma de farinha das folhas, feno, raspa e silagem. A versatilidade da mandioca se revela também por meio do seu amido diferenciado contido nas raízes com ampla aplicação na indústria de cosméticos, petrolífera, siderúrgica, papeleira, de cervejas, confeitaria, colas, tintas, embutidos de carne, sorvetes, balas, dentifrícios, panificação, especialmente na substituição do trigo importado, e, mais recentemente, na fabricação de embalagens biodegradáveis, ecologicamente corretas.

Em função do governo brasileiro, no passado, ter subsidiado fortemente uma política para o trigo, excluindo a mandioca. Atualmente, o País consome cerca de 8,5 milhões de toneladas de farinha de trigo, cerca de 80% importada, resultando num custo anual de US$1 (um bilhão), que poderia ser reduzido se incentivasse-se mais o consumo de farinha de mandioca e seus derivados. Estudos feitos pela Embrapa indicam que se pode usar fécula da mandioca para substituir em até 20% o trigo importado na fabricação do pão francês, carro-chefe da panificação, em 30% para outros produtos e até 40% nas massas de pizza. Pelo forte apelo inclusivo social e econômico deste projeto e pelas razões expostas, estamos convencidos de que esta iniciativa merecerá o acolhimento e os aperfeiçoamentos que se fizerem necessários por parte dos ilustres membros desta Casa, pois, ao criarmos uma data nacional para mandioca, coincidindo com o mesmo dia em que o Brasil foi descoberto, ampliamos a visibilidade desse tesouro nacional, mostrando ao País e ao mundo a verdadeira importância desse produto genuinamente brasileiro.


Próximos eventos comemorando e divulgando a mandioca, Cambuci e Slow Food Brasil.

1- GASTROETEC 04 e 05 de maio Veja folder - Com AREGALA - Cozinheiros Sem Fronteira/Slow Food Brasil.


2- FESTIVAL DE INVERNO CAIÇARA com Aregala e Cozinheiros sem Fronteiras (29.06 a 01.07.2018 ) na cidade de Peruibe - SP


Texto escrito por Educadora e Chefe de cozinha Ana Maria Tomazoni

Fontes: texto mandioca adaptado: 



PALITOS MANDIOCA E CAMBUCI
Ingredientes:
350g de polvilho azedo -
300g de mandioca cozida e espremida ou amassada com garfo
1\4xicara de chá de leite – 1/2xicara de chá de óleo
2 cambucis
1 colher de chá de sal ou a gosto - 2ovos
100g de queijo ralado parmesão ou meia cura



MODO DE PREPARO – PALITO ou Pão de Queijo

Em  recipiente misture o polvilho, sal e reserve  e em uma panela coloque a mandioca o leite o Cambuci sem casca amassado o óleo e leve para ferver no fogo médio ate que ferva, só então despeje sobre o polvilho e misture bem. Vá adicionando os ovos um a um mexendo, pode bater com batedeira com gancho( ou com auxilio de colher de pau ou fouet) a cada adição e junte o queijo ralado e amasse ate incorporar.
 Modele os palitos com auxilio de saco com ponta fina. Va modelando e colocando em forma untada com óleo. Outra forma vá modelando com um pouco mais de polvilho para soltar das mãos e modelar –los . Leve para assar em forno 180ºC (preaquecido) por 20minutos ou ate dourar retire e sirva quentinho.
OBS. Dica: pode ser frito.

Sugestões de Molhos para acompanhar os palitos de mandioca e cambuci.

1- CREME DE QUEIJOS COM CAMBUCI
Ingredientes:
200g de ricota – 30g de gorgonzola ou provolone  ralado
2 frutos Cambuci sem casca bem amassado
 ½ xicara de chá de leite
Sal a gosto
Modo de Preparo:
Bater o leite, o sal com o Cambuci até ficar um creme junte a ricota volte a bater finalize com a gorgonzola. Prove o sal e ajuste os sabores.

2- PASTA DE ABACATE COM CAMBUCI (Guacamole)

Ingredientes
2 abacates maduros - ¼ cebola media-  1pimenta dedo de moça- 2 tomates médio maduro – 2 cambucis - 1/2 xícara  de coentro – 2 colheres de sopa de azeite de oliva -  2 colheres de sopa de  salsa- sal e pimenta do reino moída na hora (a gosto) – sal.
Modo de Preparo:


1.    Lave e seque os abacates, o tomate e o coentro. Com a faca, corte o abacate ao meio, no sentido do comprimento, e descarte o caroço. Descasque, corte cada metade em cubos ou amasse com garfo e transfira para uma tigela.
2.    Regue o abacate com o caldo e pedacinhos de Cambuci e amasse com um garfo até formar um purê rústico.
3.    Corte o tomate ao meio, descarte as sementes, e corte as metades em cubos pequenos. Pique grosseiramente as folhas de coentro.a cebola, pimenta. Junte ao abacate amassado, tempere com o azeite, sal e pimenta a gosto. Misture bem e sirva imediatamente


BEBIDA CREMOSA COM CAMBUCI – Ingredientes
·         1 litro de leite
·         1 1/2 xícaras (chá) de mandioca cozida
·         ½ xícara de açúcar  (demerara) ou adoçante a gosto
·         4 frutos Cambuci
·         Folhas de erva cidreira
·         1 xícara de chá de gelo

Modo de preparo
·         Bater no liquidificador todos ingredientes. Sirva de preferência bem gelado. Se quiser coe.


SUCO DE CLOROFILA COM CAMBUCI

Ingredientes:
1 litro de agua filtrada
4 folhas de  couve (orgânicas)
3 Cambuci muito bem higienizados
½ xicara de açúcar demerara ou adoçante ou a gosto
4 cambucis
1 xícara de gelo
Bater no liquidificador, se quiser coe e sirva geladinho!







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Abóbora assada com especiarias (no forno ou no microondas)

Abóbora assada, uma das delícias que podem ser preparadas de forma simples, e muito saborosa. Ingredientes 1 quilo de abóbora japonesa cortada em fatias (com casca) 2 colheres (sopa) de orégano fresco 10 folhas de manjericão 2 ramos de alecrim 1 cebola roxa média em pétalas 3 dentes de alho picados 1 pitada de pimenta-do-reino Outras  ervas picadas se gostar, assim como sal a gosto. Modo de Preparo  Em uma assadeira, coloque a abobora, misture bem todos os demais ingredientes, cubra com papel-alumínio e leve ao forno médio alto (200°C), pré-aquecido,por cerca de 20 minutos. Retire o papel alumínio, mexa bem e asse por mais 20 minutos, ou até que a abobora esteja macia e dourada. Sirva. Dica se fizer no microondas coloque a abobora com casca bem higienizada 10 minutos de um lado virar e mais 5 a 7 minutos do outro lado, sempre potência máxima. Venha estudar  Gastronomia em uma das escolas mais tradicionais do país, com a Chef e professo

JAMELÃO / JAMBOLÃO

Fui visitar uma amiga Nair Cisotto Garcia e ela me presenteou com frutas muita saborosas mas, desconhecida por mim. Acolhido pela curiosidade, corri para pesquisar e já fazer um doce ou outro uso,veja o que a enciclopédia me mostrou, quero dividir com vocês essa experiência. Lembrei da pesquisadora e redadora de uma coluna do jornal O Estado de São Paulo, O Paladar, muito querida Neide Rigo, tem um blog muito especial "Come-se". Vale a pena uma visita. Nesse blog ela fala de frutas, verduras ervas etc como pesquisa e prepara receitas. Uma frutinha que lembra azeitona, talvez jabuticaba, com um caroço grande, , mas, o sabor é azedinho e muito saboroso, perante isso tudo fui logo pesquisar alguns site e já encontrei noticias, artigos etc. Confira:Jamelão  O Commons possui multimídias sobre Jamelão O jamelão, jambolão, jalão [1] , joão-bolão, manjelão, azeitona-preta, baga-de-freira, brinco-de-viúva ou guapê (Syzygium cumini, ex-Eugenia jambolana Lam. ou Syzygium jamb

GELÉIA COM FRUTO "GULOSA DA MATA ATLÂNTICA"

A minha visita a uma amiga Nair Cisotto Garcia, rendeu, pois além do jamelão,(que publiquei ficha técnica, receita e dicas no Blog ontem) trouxe alguns frutos amarelos, que ela não sabia o nome, mas a cunhada que mora no sítio, no interior de São Paulo já fez geleia e que por ser muito citrica, azedinha, ninguém gosta muito. Semelhantes à várias outras frutas como: cajá, mas o que foi diferenciado e norteador eram os caroços grandes, ao descascar o fruto a pele é fina e polpa bem macia como a do pêssego, porém o gosto é bem azedo, mas não deixa “retrogusto”. Acolhida pela curiosidade, corri para fazer um doce ou outro uso. Pesquisei e quero dividir com vocês essa experiência.  Se você conhece o fruto e já preparou algum prato, por favor escreva para o nosso site.  DOCE  DE GULOSA DA MATA ATLÂNTICA   Ingredientes:  1 kg de da fruta descaroçada   400g de açúcar orgânico cristal   4 colheres de sopa de limão (1 limão)   Modo de Preparo:  Leve ao fogo em panela grande